Saída de campo no dia 23/08/2003

Local: Chácara da APP-CEFET, campo de futebol (São José dos Pinhais)

Condições de horizonte:

Oeste: comprometido por árvores altas
Norte: poluição luminosa (Curitiba)
Leste e Sul: livres a partir de 10 graus

Fase da lua: final de minguante

Condições meteorológicas: céu totalmente sem nuvens ou nevoeiro, durante a noite inteira

Número de participantes: 46
– 12 sócios do CACEP
– 34 visitantes (estudantes de física da UFPR, professores, familiares, etc)

Instrumentos utilizados:

– Telescópio de 28cm (Sandro)
– Telescópio de 15cm (Lucas)
– Telescópio Celestron (Prof. Bertoldo Schneider)
– Telescópio Tasco de 4,5” (André)
– Luneta (CACEP, Rudolf)
– Câmeras fotográficas (Flávio Ribeiro)
– Câmeras Webcam (Alexandre e Rudolf)

Planetas observados:

  • Marte (em situação de proximidade quase máxima)
    – Visibilidade da calota sul e de manchas na superfície
  • Saturno- Visibilidade dos anéis, com a divisão de Cassini
  • Objetos de espaço profundo localizados pela primeira vez em atividades do CACEP, com ajuda do Atlas ou dos programas YOUR SKY e Planetarium:- NGC 7293 (Nebulosa da Hélice)
    – A nebulosa NGC7293 é um belo objeto em forma de anel, que está localizado na constelação do Aquário. Apresenta um diâmetro aparente bem maior que o M57 da Lira, mas com um brilho muito fraco já que está distribuído em uma área considerável e com isso também dificulta a sua localização no céu.
    – NGC 2090 (Galáxia Espiral) – este é outro objeto muito difícil de se ver, seu brilho é realmente muito fraco e está localizado na constelação da Columba.
    – Vários outros aglomerados.

Imagens com CCD:

Foram feitas algumas experiências de captura de imagem utilizando duas webcam’s e o Telescópio Newtoniano de 28 cm com montagem equatorial do Sandro.

– A primeira câmera utilizada nesta saída de campo foi uma PenCam do Alexandre (Demo), esta é uma webcam que pode ser desconectada do PC e utilizada como uma câmera digital normal, só que não possui um lcd para poder conferir as imagens, você vai batendo as fotos e ela vai armazenando em sua memória interna. Esta câmera foi usada com o método de projeção de ocular (modo afocal), sem precisar alterar nada na máquina. Esta câmera registra instantâneos, fazendo com que esta câmera só possa ser usada em objetos bem brilhantes como as imagens planetárias e fotos da lua.
Para usar esta câmera foi utilizado uma ocular de baixo aumento no telescópio, sendo que o foco foi feito normalmente no telescópio. Deixando o foco da lente da câmera no infinito foi posicionado a lente da câmera exatamente no centro da ocular, e assim registrado a imagem. Foram feitas algumas imagens da Lua, Marte e Saturno e serão mostradas numa futura galeria do site, caso tenha dado certo o nosso método.

– A segunda câmera utilizada foi uma Creative Webcam que foi adaptada pelo Rudolf do Clube de Astronomia do Cefet para uso exclusivo em telescópios. Esta câmera não foi alterada para longa exposição e nem utiliza sistema de Peltier ou outro método de refrigeração do CCD, somente foi adaptada em uma caixa própria para ser conectada em um telescópio. Esta câmera do jeito que está é mais adequada para captura de imagens planetárias.
Para utilizar esta câmera usamos o método de foco direto (sem usar oculares), colocando a câmera diretamente no porta ocular do telescópio. Foram feitas algumas capturas na forma de vídeo do planeta Marte, mais ou menos de 1 minuto cada. Nas imagens que a gente acompanhava pelo monitor do notebook, pudemos perceber a calota polar de Marte, mas não conseguimos muitos detalhes do planeta vermelho, provavelmente isto será possível depois que for feito o processamento destes vídeos, em programas específicos como o ótimo Registax v2.0. Para a captura foi utilizado o programa K3CCDTools. Um outro bom programa que eu recomendo é o QCFocus, um ótimo programa para captura e auxílio na hora da focagem de objetos com a webcam conectada no telescópio.
Estas imagens capturadas também serão mostradas futuramente nas galerias de fotos para vocês poderem ver os resultados obtidos.

Veja agora alguns objetos observados e suas constelações:

NGC 7293 (Aquarius)

Nebulosa Planetária NGC 7293
Constelação: Aquarius
Dimensão: 16.0’x 12.0′
Magnitude: 6.30
Brilho da Superfície: 13.60
Descrição: !,pF,vL,E or biN
Helical Nebula;low surf brightness

 

Localização: no campo do telescópio aparecem quatro estrelas bem fraquinhas formando um trapézio invertido, com base larga e altura pequena. Imaginando que o trapézio é uma espécie de cesto, a nebulosa aparece encaixada na boca deste cesto, que aponta para leste, ocupando uma área considerável do campo. Agora, para encontrar o cesto, deve-se primeiro localizar um quadrilátero maior que envolve o conjunto (é quase um losango) formado pelas estrelas de magnitude 5.4 ; 6.8 ; 5.3 ; 7.3. A leste da 6.8, aparecem três estrelinhas fracas em fila indiana, e levando o telescópio um pouco para o sul aparece o trapézio com a nebulosa. Para chegar ao losango deve-se partir da estrela delta do Capricórnio (Deneb Algiedi, na ponta leste), ir um pouco para o sul e seguir a continuação de um arco formado por quatro estrelas de magnitudes semelhantes, até chegar na ponta oeste do losango (estrela de magnitude 5.4).

 

NGC 2090 (Columba)

Galáxia espiralada NGC 2090
Constelação: Columba
Dimensão: 5.0’x 2.5′
Magnitude: 11.20
Brilho da Superfície: 13.70
Descrição: B,pL,iR,bgM,stellar N,cE 10 deg

 

Localização da NGC 2090

 

Avaliação final: a participação de um grande número de visitantes evidencia o alto potencial de divulgação científica que deve ser melhor aproveitado nos eventos do Clube, estando de acordo com seus objetivos, que incluem a difusão cultural.

Relatório escrito por:

  • Mário Sérgio Teixeira de Freitas
  • Flávio Alves Vidal